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O levantamento do bloqueio e o cumprimento dos acordos ajudariam a conter o fluxo de migrantes

Cuba está disposta a receber voos de pessoas deportadas e as partes estão atualmente acordando os termos e condições para esses voos, interrompidos devido à epidemia da Covid-19. Photo: Endrys Correa Vaillant
 
«Nunca colocamos uma barreira, foi o bloqueio que colocou barreiras».
 
A resposta dada pelo primeiro-secretário do Partido e presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, à agência de imprensa norte-americana AP, na abertura da 38ª Feira Internacional de Havana, é aplicável a todos os problemas gerados pela política hostil do governo norte-americano contra Cuba, sobretudo através do bloqueio econômico, comercial e financeiro.
 
O bloqueio intensificado também tem sido uma causa agravante da atual situação migratória entre os dois países, bem como o descumprimento do acordo bilateral sobre o assunto, que foram tópicos nas conversações migratórias entre representantes de ambas nações, realizadas em 15 de novembro, em Havana, a fim de evitar a circulação irregular, insegura e desordenada de pessoas.
 
Cuba reiterou sua preocupação com o impacto negativo do bloqueio e com as medidas de aperto extremo implementadas pelo governo dos Estados Unidos desde 2019. «Não há dúvida de que uma política destinada a deprimir o nível de vida da população constitui um estímulo direto à emigração», disse à imprensa Carlos Fernández de Cossío, vice-ministro das Relações Exteriores, que chefiou a delegação cubana.
 
Como outro incentivo, denunciou a Lei de Ajuste Cubano e o tratamento preferencial recebido pelos cubanos que entram ilegalmente nos EUA.
 
Também afirmou que a migração irregular causa perda de vidas e cria condições para outros fenômenos, como fraude migratória, tráfico de pessoas e contrabando.
 
Fernández de Cossío descreveu a reunião como útil e construtiva, na qual as partes examinaram o cumprimento dos acordos bilaterais de migração, e reconheceu as medidas tomadas nos últimos meses para garantir sua efetiva implementação.
 
Observou que a delegação cubana saudou o anúncio da retomada completa dos serviços de vistos de imigrantes na embaixada dos Estados Unidos em Havana, a partir de 4 de janeiro de 2023.
 
Com relação ao processo de repatriação de migrantes considerados inadmissíveis, detalhou que Cuba está disposta a receber voos de pessoas deportadas, e as partes estão atualmente acordando os termos e condições para esses voos, interrompidos devido à epidemia da Covid-19.

Fonte: 

Periódico Granma

Data: 

16/11/2022