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Porto Rico: denunciam hipocrisia dos EUA ao reter René

A retenção em solo estadunidense do antiterrorista cubano René González, após cumprir 13 anos de prisão, retrata a hipocrisia de Washington em sua chamada "guerra contra o terrorismo", opinaram aqui analistas políticos.

O advogado trabalhista Alejandro Torres Rivera pôs de manifesto a "aberta cumplicidade" do governo estadunidense com centenas de atos terroristas contra Cuba, que já custaram milhares de vidas ao longo de meio século.

"A morbosidade do sistema penal estadunidense, tão bem conhecida pelos patriotas porto-riquenhos que passaram décadas em prisões federais, se põe de manifesto quando se impede que René regresse à sua pátria", disse o advogado e analista político.

Torres Rivera ressaltou as grandes limitações que teve o antiterrorista cubano "ao pleno exercício de sua defesa legal" durante os primeiros 17 meses de sua detenção.

O jornalista Nelson del Castillo destacou que não deixa de assombrar que os Estados Unidos obriguem González a permanecer três anos em seu solo, quando sabem do perigo que isto encerra pela impunidade com que atua o terrorismo anticubano em lugares como a Flórida.

"Enquanto o terrorista confesso Luis Posada Carriles passeia livremente pelas ruas de Miami, Washington fala de guerra contra o terrorismo em uma hipócrita postura", afirmou Castillo, secretário geral adjunto da Federação Latino-americana de Jornalistas (FELAP).

Acrescentou que Cuba tem sido, durante décadas, vítimas de agressões sem que o governo estadunidense atue contra os autores destes atos, como com o terrorista Orlando Bosch, que terminou perdoado em 1990 pelo presidente George Bush (pai) apesar de sua responsabilidade junto a Posada Carriles na detonação em 1976 de uma aeronave de passageiros da Cubana de Aviação, ação terrorista que custou a vida de 73 pessoas.

Enquanto isso, o ativista social Raúl Álzaga Manresa expressou que o Birô Federal de Investigações (FBI) utilizou de forma traiçoeira a prova que lhe ofereceu o governo de Cuba para deter os ataques terroristas arquitetados no sul da Flórida.

"Em lugar disso, o governo dos Estados Unidos iniciou uma caçada contra aqueles que a Revolução Cubana se tinha visto obrigada a infiltrar para prevenir o terrorismo contra seu povo", disse Álzaga Manresa numa participação no programa radial "Janela ao mundo desde Porto Rico", realizado por Torres Rivera e Castillo.

Destacou também o reconhecimento pela juíza Joan Lenard da existência em Miami de ativistas terroristas ao proibir René González de aproximar-se deles.

Os analistas condenaram que se impeça a René González regressar a Cuba e se mantenha em prisão os outros quatro antiterroristas, Antonio Guerrero, Fernando González Llort, Gerardo Hernández Nordelo e Ramón Labañino Salazar, pelo único delito de defender a integridade do povo cubano.

Fonte: 

Prensa Latina

Data: 

11/10/2011